Este artigo é sobre os papéis necessários para que as mentes brilhantes implementem ideias geniais em Moçambique, não me refiro à burocracia, hoje não vamos julgar esse pecado.
É comum que se diga “Temos que tirar as ideias do papel”, mas na verdade muitas ideias nem vão ao papel, corre-se directo ao mestre de obras para construir uma casa num quinze por trinta na qual ninguém vai conseguir habitar nela por não ter janelas.
Não, a VOID não é uma empresa de construção civil, mas esta foi a maneira que achei mais fácil de explicar a importância de fazer protótipos e validar ideias antes de se entregar um produto na mão do utilizador final.
Depois de conhecer bem quem vai utilizar o produto, suas dores de cabeça e o que pode o aliviá-las, permitindo-o realizar seus objetivos, segue-se a geração de ideias, e em vez de se gastar recursos a desenvolver uma a solução, cria-se um molde mais barato para validar a ideia, refinando as funcionalidades até que aproxime-se de algo que seja mais viável e que proporcione uma experiência boa e útil para a nossa estrela: o utilizador.

No caso de desenvolvimento de produtos digitais – plataformas com aplicativos como o UBI e o Fidli – Um protótipo pode ser feito literalmente num papel, começando por criar wireframes de baixa fidelidade a caneta, seguindo o design das interfaces e definindo cada interação que o utilizador terá com o aplicativo, para tal usamos o Adobe XD, mas existem outros programas alternativos.
A criação de protótipos é uma fase comumente saltada, como consequência vemos no mercado UIs mal desenhadas ou copiadas de templates, depois de se gastar com o desenvolvimento descobre-se que o template só aumenta as dores da cabeça do nosso “boisse” (o utilizador) e não traz retornos financeiros esperados, nesse caso o produto morre ou volta-se dançar Xitchuketa na estaca zero.

“Protótipos permitem voltar à estaca zero quantas vezes forem necessárias até ter um ideia refinada no papel, sem gastar tempo e recursos de desenvolvimento..“
Crie um bom produto que as pessoas vão querer e vão precisar utilizar. Não deixe de lado o desenho da experiência do utilizador.