Design Thinking: Uma Ferramenta Para Solução de Problemas

Popularmente, fazer Design confunde-se com o acto de desenhar ou, no mínimo, equivocadamente é referido como o processo que trabalha exclusivamente com as propriedades estéticas de um produto. Mas Design é uma disciplina mais complexa e com mais profundidade do que apenas a subjectividade do exercício do belo.

A palavra Design origina da palavra latina Designare. Esta, por sua vez, era utilizada para expressar a intenção de desenhar um plano ou projecto. Ou seja, fazer Design é Projectar. E pode-se utilizar este conceito (Design) para definir o acto de planificar (Projectar) qualquer produto, serviço, objecto, solução, etc. É a partir o conceito original de Design que surge o Design Thinking.

Design Thinking?

O Design Thinking é um modelo mental de resolução de problemas que enfatiza a empatia e a compreensão das necessidades dos utilizadores de um produto ou serviço como foco elementar para gerar soluções viáveis. Envolve olhar o mundo através dos olhos dos outros e encontrar soluções para seus problemas, pensando de forma criativa e fora da caixa. O objectivo daqueles que utilizam esta ferramenta é desenvolver produtos, serviços e outros tipos de soluções que sejam simples, fáceis de utilizar e esteticamente agradáveis para facilitar a vida das pessoas, resolvendo seus problemas cotidianos de forma conveniente.

O Design Thinking existe há décadas, mas só recentemente se tornou popular no mundo dos negócios. Sua popularidade cresceu devido à sua eficácia e capacidade de gerar novas ideias.

Design Thinking basea-se fortemente no conceito de empatia. A ideia principal é que o utilizador é quem melhor conhece os problemas que enfrenta e que melhor pode informar ao Designer sobre qual direcção tomar quando se desenha uma solução. Os Designers, por sua vez, seguem o processo por meio de pesquisas, prototipagem e testes das ideias geradas.

Por consequência, o Design Thinking é uma forma eficiente e eficaz de desenvolver soluções para os mais variados tipos de problemas. Tem sido utilizado em diversos campos menos ligados ao que se conhece tradicionalmente sobre o Design como saúde e negócios. Pode ser aplicado a qualquer situação de resolução de problemas em que precise de uma solução inovadora com uma abordagem holística.

O processo de Design Thinking conta com cinco etapas: empatia, definição, idealização, prototipagem e teste.

Empatia

Esta é a fase em que se deseja obter uma compreensão empática do problema que se está a tentar resolver. A empatia é crucial para o processo de Design Thinking, pois esta metodologia é completamente centrada no ser humano e, por esse motivo, exige que se deixe de lado suposições pessoais sobre o mundo e se obtenha uma visão real dos utilizadores e suas necessidades. É aqui que se explora os “pontos de dor” de quem vai utilizar a solução e se determina o propósito geral do produto. Nessa fase, obtém-se uma compreensão aprofundada e uma perspectiva humana do problema que se pretende resolver, geralmente por meio de pesquisas viradas aos potenciais utilizadores da solução.

Definição

Esta fase é reservada para identificar os componentes mais críticos da pesquisa e definir o problema. Deve-se reunir todo o material e todas as informações coletadas das pesquisas e entrevistas durante a fase de Empatia. Em seguida, analisa-se as observações e faz-se um resumo para criar uma lista de hipóteses priorizadas que representam os problemas mais importantes para os utilizadores. Usar personas é uma maneira de manter essa abordagem centrada no ser humano em mente à medida que se avança para a fase de Ideação. Persona é essencialmente uma descrição do perfil do utilizador ideal que irá beneficiar da solução que está a ser desenvolvida.

Ideação

Aqui concentra-se no brainstorming para identificar potenciais soluções. Os membros da equipa devem desafiar suposições pessoais e gerar ideias, fazer anotações sobre qualquer coisa que desperte seu interesse como solução, evitando ao máximo julgamento tanto vindo de si mesmo como do resto da equipa que está a participar desse processo. As ideias podem vir de qualquer lugar – do estado actual do problema, de outras necessidades do utilizador final e outras fontes de inspiração. É essencial que novas ideias sejam registadas ao longo desta fase, pois elas podem mudar rapidamente ou novas ideias podem surgir e tirar o foco das ideias antigas  – o que significa que é melhor tomar nota em vez de tentar lembrar de tudo sem nenhum registo. Workshops são uma óptima maneira de gerar ideias porque incentivam a rápida iteração, bem como a exploração/discussão das mesmas.

Prototipagem

Nesta fase do processo, a equipa deve começar a tirar as ideias do papel. Para garantir que a solução que se encontrará seja a melhor possível, deve-se produzir algumas versões baratas do produto. Isso pode envolver prototipagem em papel ou produção em pequena escala. É importante criar estes protótipos para testas as ideias em equipas menores e com diferentes tipos de pessoas (de preferência pessoas que não fizeram parte do processo de criação destas ideias). A limitação em termos de recursos não deve ser um problema nesta fase, pois a real intenção deste momento é criar uma versão barata do produto para testar, com baixo risco, se as soluções seleccionadas são válidas para o utilizador, ou seja, falhar rápido para acertar rápido.

Teste

Após cada uma das etapas acima, a fase seguinte é a fase de Teste. Esta fase é importante para registar o feedback daqueles que experimentaram o protótipo do produto/da solução seleccionada. Estes testes devem incluir pessoas que não fizeram parte do processo de desenvolvimento da solução para que não sejam influenciadas no momento de dar o seu feedback (de preferência, os testes devem ser feitos em um tempo e espaço onde as pessoas que participaram também não se encontrem presentes para que estes não influenciem nos resultados). A gestão de mudança de direcção é uma parte fundamental da fase final. Inevitavelmente fará uma mudança radical – e precisa garantir que as mudanças sejam feitas com o mínimo de impacto na equipa trabalhou no processo de Design Thinking. É importante ter em mente sempre que o importante é resolver os problemas dos utilizadores, mesmo que isso signifique desistir de uma ideia que originalmente tenha achado ser a solução para os utilizadores (caso o feedback colhido mostre que não é viável continuar com a ideia prototipada). De qualquer das formas, os resultados colhidos, sejam estes positivos ou negativos, significam que os desenvolvedores da solução agora sabem o que funciona, o que não funciona e podem explorar maneiras de melhorar ainda mais o produto.

O processo de Design não é um processo linear. É possível que tenha de voltar para a fase de prototipagem para tentar tirar do papél uma ideia anteriormente descartada, ou voltar para a fase de ideação para gerar uma nova ideia, ou mesmo pode ser necessário voltar para a fase de empatia para se procurar entender novamente as preocupações dos utilizadores. O importante a se ter em mente é que o Design Thinking é uma ferramenta que coloca no centro as pessoas para quem se está a desenvolver a solução. Enquanto o utilizador final for realmente o coração do processo, a solução também responderá às suas necessidades.

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