Interfaces Digitais e a Influência destas sobre os negócios

A Transformação Digital é um tópico cada vez mais presente no nosso dia-a-dia e por bons motivos. Maior parte dos processos de negócios passaram do analógico para o digital e essa tendência só tende a aumentar. Apesar desta automatização em massa, muitos destes processos ainda são regidos por pessoas reais que utilizam destas ferramentas para aumentar a eficácia e a rapidez do seu trabalho.

Mesmo assim, existem algumas barreiras que podem fazer com que a transformação digital seja mais um problema do que uma solução, sendo que uma das principais barreiras é uma interface do utilizador mal projectada e que, por consequência, dificulta o uso do produto digital por parte do utilizador.

Trabalhar com o que o utilizador vê (frontend) é tão importante quanto trabalhar com toda a programação e todos os processos de automatização que o utilizador não vê (backend). Isso porque um produto pode estar a funcionar devidamente, sem nenhum erro e mesmo assim não ser intuitivo o suficiente para que o utilizador mexa no mesmo sem nenhum tipo de atrito.

Por isso é importante projectar as interfaces para que elas sejam amigáveis. Elas devem ser simples o suficiente para não atrapalhar na navegação, devem ser directas para que o utilizador encontre o que procura e siga o fluxo escolhido sem dificuldades, devem respeitar a forma como os utilizadores interagem com o mundo visual, utilizando layouts que sejam fáceis de perceber.

Para se ter estes aspectos resolvidos em interfaces digitais, é necessário projectar as mesmas passando por um processo que inicia por empatizar com o utilizador final e vai até testes de usabilidade com os mesmos. Este processo é designado como Design de Interface do Utilizador.

Design de Interface do Utilizador tem a sua raiz nos tradicionais processos de Design para projectar interfaces que sejam intuitivas e facilitem o uso do produto digital para o qual a interface está a ser desenhada. Design de Interfaces Digitais utilizam regras do tradicional Design Gráfico (comumente referido como Design Visual quando se trata de interfaces digitais), aplicando conceitos como tipografia, hierarquia, contraste, cor, e outros.

Para além de uma boa aparência, é necessário que as interfaces sejam funcionais. Para isso é importante garantir que a navegação siga fluxos claros, levando o utilizador a sair de ponto A à ponto B sem complicações. A funcionalidade de uma interface depende de quão bem ela foi projectada tendo o utilizador como o centro do produto. Esta forma de projectar interfaces dá-se o nome de Design Centrado no Humano (ou Human-Centered Design, em inglês).

O que nos leva para a outra disciplina relevante para o processo de Design de Interfaces que é o Design da Experiência do Utilizador. Esta cinge-se maioritariamente na necessidade que há de se desenvolver produtos digitais que proporcionem uma boa experiência para quem o produto foi desenvolvido.

Popularmente, interfaces digitais são divididas em interfaces para web (maioritariamente websites e aplicações web) e mobile (aplicativos móveis para telefones e tablets). Mas existem vários outros formatos de interfaces como os dos relógios inteligentes, interfaces de electrodomésticos, automóveis, e outros produtos que tenham algum tipo de interacção digital. Umas mais complexas do que outras, todas estas interfaces devem ser intencionalmente projectadas tendo em conta os seus utilizadores finais.

Nem todas as interfaces digitais são projectadas para ter os mesmos tipo de interacções. Existem as interfaces gráficas, que são as mais populares, onde o utilizador interage com base nos painéis visuais que nela existem; as interfaces controladas por voz, onde as interacções são feitas exclusivamente a partir de comandos de voz; e as interfaces baseadas em gestos ou interfaces gestuais, que são as que os utilizadores fazem uso de gestos e movimentos corporais para interagir com as tais.

E como é que Interfaces Digitais afectam directamente em negócios? Vamos aqui colocar alguns cenários e examiná-los com base em regras de bom Design para Interfaces Digitais.

Cenário 1: Uma empresa acaba de colocar o seu site online e espera, através dele, aumentar as suas vendas. A empresa promove o site nas redes sociais e até paga por publicidade para aumentar o tráfego que vai receber. Apesar do seu site estar a receber muito tráfego, não foi capaz de converter nenhum visitante em um cliente. Isso pode dar-se por alguns motivos:

  1. O Design não comunica os valores da marca nem ré-enforça a confiança dos consumidores/potenciais consumidores sobre a mesma. É necessário que todo o exercício que foi feito para alinhar os valores da empresa reflita na forma como eles são apresentados no site, fazendo com que o utilizador tenha uma conexão emocional com o mesmo a ponto de levá-lo a ter uma boa experiência de navegação e a tomar uma acção (caso existam call-to-action claros no site);
  1. O Design deve prever as necessidades dos utilizadores. É importante criar sites que tenham uma jornada clara para que os seus utilizadores possam segui-la de forma natural, sem frustrações. Prever as suas necessidades implica colocar o layout do site organizado de tal maneira que este responda em sua navegação, de forma clara e inequívoca, as necessidades dos utilizadores.
  1. O seu texto deve ser persuasivo e esclarecedor. Se os seus utilizadores não perceberem de forma clara o que o seu negócio oferece e não se sentirem conectados ao ponto de tomar uma acção, mesmo tendo uma navegação bem estabelecida, o seu website terá dificuldades em converter visitantes em potenciais clientes. É importante ter em conta que maior parte das pessoas não interagem com texto online da mesma forma como elas interagem com textos offline e utilizar esse conhecimento em seu favor para criar textos que vendem.

Cenário 2: Uma startup que baseia-se num aplicativo móvel. Este aplicativo é o seu produto principal e por isso a startup promove-o sempre que pode para aumentar as chances do seu negócio obter sucesso. Mas, apesar de obter vários downloads nas lojas de apps online, os seus utilizadores parecem não estar engajados com o mesmo da forma que se espera, o que cria frustração principalmente por já ter testado e provado que é uma solução muito bem-vinda e útil para a comunidade-alvo. Alguns dos motivos para esta falta de engajamento podem ser:

  1. O seu aplicativo não permite finalizar tarefas de forma fácil, simples e com o mínimo de esforço possível. É importante facilitar a jornada do utilizador ao interagir com a sua solução digital, retirando todo e qualquer passo desnecessário para chegar a um determinado resultado. Quanto mais elementos e etapas existirem entre o utilizador e o seu objectivo, mais frustrante se torna utilizar a aplicação e menos engajados estarão os seus utilizadores.
  1. O seu aplicativo deve focar-se em usabilidade. Pode ser tentador colocar elementos visuais ou textuais que, a primeira vista, tornam o aplicativo mais “atrativo”. Porém, quando mal aplicados, estes elementos podem causar distração e até tornar-se um impedimento para a usabilidade da sua solução. É importante manter em mente sempre o objectivo da aplicação e somente adicionar elementos que agreguem valor a este fim.
  1. A solução que desenvolveu dispensa qualquer senso estético que podia ser útil para a usabilidade. Em contraste com o ponto anterior, elementos visuais, quando aplicados de forma correcta, tornam-se elementos funcionais. Quando algo tem uma boa aparência, é naturalmente visto pelas pessoas como tendo uma boa usabilidade, mesmo que este não seja o caso. A chave é colocar os elementos visuais de forma com que estes sejam realmente úteis para a aplicação e não o contrário.

Existem vários outros cenários que podíamos trazer para mostrar o impacto que uma Interface do Utilizador pode ter em seu negócio. O importante é saber que o processo de Design de Interfaces Digitais serve para entender as necessidades dos utilizadores e desenhar com base nelas, projectando a melhor solução para os objetivos que se pretendem alcançar. Cá na VOID nós trabalhamos com o Desenho e Desenvolvimento de soluções digitais como Websites e Aplicativos móveis e utilizamos os processos de Design de Interfaces Digitais para entregar as melhores soluções para os nossos clientes e para os clientes destes.

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